O trabalho de Sabrina Paciornik como arquiteta é, na verdade, a continuação de uma história familiar que teve início no começo do século XX, quando Raphael Goldstein Paciornik fundou em Curitiba a tradicional Móveis Paciornik.
Imigrante judeu vindo da Bielorrússia, o bisavô da arquiteta começou a empresa quase por acaso, em 1926. Ele era dono de uma fábrica de cachaça em Morretes (PR), cidade na qual vivia com a esposa e os filhos, até ser vítima de um golpe que o fez vender tudo que tinha e seguir para a capital paranaense, onde descobriu não ter nada além de uma marcenaria sem funcionários, localizada na rua Dr. Pedrosa, 151.
Sem experiência, mas precisando tocar o novo estabelecimento, buscou e contratou marceneiros da região a maioria também imigrantes europeus, muito qualificados, que haviam fugido da Grande Guerra. Com isso, o que poderia ter sido o fim para Raphael se mostrou o começo de muito sucesso.
O tempo passou, Curitiba cresceu, concorrentes apareceram e a filosofia da marca mudou, focando a produção de móveis personalizados de madeira, feitos à mão mesmo diante do novo cenário. Ao mesmo tempo, a empresa passou de pai para filho até chegar à liderança de Ives Francisco Paciornik, pai de Sabrina, que educou a filha para dar continuidade ao negócio da família.
Em 1999 ela começou na empresa, e trabalhando lá teve contato com alguns dos maiores arquitetos do Brasil (entre eles, Júlio Pechmann, Rodolpho Dubek e Simão de Assis), o que mudou sua vida. Em 2008, Sabrina decidiu dar um novo rumo aos negócios da família. Depois de 100 anos atendendo ao exigente mercado curitibano, a Móveis Paciornik encerrou as atividades no ramo de movelaria. Era o início de uma nova história, agora no mercado de arquitetura, consultoria e decoração.
Desde então, toda a tradição da família segue viva através do trabalho refinado da arquiteta Sabrina Paciornik.